Investimentos: fundos imobiliários são para todo mundo?

Com a popularização dos fundos de investimentos imobiliários (FII), muitos investidores têm se perguntado se seu perfil é realmente compatível com a modalidade.

Por se tratar de um tipo de aplicação de renda variável, que envolve um mercado muito específico, o FII exige certo grau de entendimento que o investidor iniciante pode não ter. 

Isso fica evidente quando as vantagens e desvantagens dos fundos são analisadas, bem como suas principais características. 

Vantagens 

Entre as vantagens de investir em fundos imobiliários, a diversificação merece destaque. Isso porque, mesmo com aplicações de baixo valor, o investidor consegue ter acesso a imóveis de diferentes tipos, podendo lucrar com o sucesso do empreendimento. 

Além disso, ao investir em FII é possível contar com a gestão profissional e especializada. A modalidade dispões de um responsável pela escolha dos ativos no portfólio e essa pessoa trabalha para manter os resultados de acordo com o esperado. 

Também vale a pena destacar a facilidade de comprar e vender esse tipo de solução. Como as cotas são negociadas na Bolsa, basta acessar o Home Broker com o código do FII para ter liquidez consideravelmente maior do que na compra e venda direta de imóveis. 

Desvantagens 

Justamente por conta da variedade de ativos presentes no mercado, o FII pode apresentar problemas como a ineficiência da gestão. Nesse caso, como não é o investidor que escolhe onde aplicar seus recursos, ele corre o risco de não alcançar os resultados esperados por conta de falhas nas escolhas dos responsáveis.  

Outro aspecto que pode comprometer o resultado final da aplicação em FII é a taxa de corretagem cobrada por cada corretora de investimentos, sendo necessário o investidor avaliar os valores para optar pela instituição mais vantajosa, pois em alguns casos esse custo torna o investimento menos atrativo. 

Por fim, como FIIs dedicam-se a apenas um mercado, no caso, o imobiliário, eles acabam convivendo com problemas comuns a esse segmento, tais como vacância e inadimplência. Isso quer dizer que, em momentos de instabilidade no setor, a possibilidade de os resultados serem insatisfatórios é real, principalmente quando o FII se dedica a um único ativo ou a um único tipo de imóvel. 

Riscos presentes em FIIs 

Avaliar os riscos existentes nos ativos é fundamental para o investidor que conhece o próprio perfil. Assim ele pode estimar os resultados e evitar aplicações que tendem a não render o necessário. 

No caso dos FIIs, existem os riscos de mercado, que são aqueles que dizem respeito a questões políticas, econômicas e financeiras. A taxa de juros e a própria desvalorização da moeda são exemplos de fatores de mercado que impactam o resultado de uma aplicação em FII. 

Considerando o mercado de imóveis, é preciso ter atenção a questões como a taxa de ocupação, a desvalorização e, claro, a regulamentação do setor. 

Vale destacar também que FIIs estão sujeitos ao chamado risco de liquidez, uma vez que sua disponibilidade depende das ofertas em determinado momento. Existe, portanto, probabilidade de o investidor ter o interesse em comprar o ativo, mas não conseguir, caso ele não encontre pessoas dispostas a vender suas cotas. 

Quem tende a se beneficiar com FIIs? 

Os fundos imobiliários tendem a ser mais indicados para o investidor que já tem certo grau de tolerância ao risco. Nesse caso, recomenda-se que a aplicação apareça na carteira de quem é pelo menos moderado, sendo uma solução altamente indicada para o investidor de perfil arrojado. 

Para o conservador, com menores recursos e que não está disposto a se arriscar tanto, os fundos imobiliários podem aparecer como solução em um segundo momento, quando já tiver formado a sua reserva de emergência em ativos como o Tesouro Direto e os CDBs.

Essa modalidade pode ser procurada em busca de produtos financeiros mais rentáveis antes de ingressar no mercado de ações.