Pequenos negócios: tarifas bancárias podem influenciar no equilíbrio financeiro
Mais da metade dos negócios ativos no Brasil (56%) é formada por microempreendedores individuais (MEIs), um total de quase 11,4 milhões, segundo dados da Receita Federal.
Só no ano passado, foram feitos 2,6 milhões de novos registros, um aumento de 8,4% em comparação com 2019, de acordo com o Sebrae. Apesar do crescimento da formalização dos empreendedores, manter-se no mercado ainda é um desafio para os pequenos negócios, sobretudo, durante a pandemia da Covid-19.
Ainda que se enquadrem no Simples Nacional, sistema de tributação simplificada, outros custos pressionam e desafiam a sobrevivência dos pequenos negócios.
Energia elétrica, água, internet, telefone, fornecedores, tarifas bancárias e, muitas vezes, aluguel e manutenção da sede estão entre essas despesas. No caso das micro e pequenas empresas, há, ainda, a folha de pagamento dos funcionários.
Em meio à crise econômica no país, agravada pelo novo coronavírus, repensar essas despesas tem sido a principal forma de garantir o equilíbrio financeiro.
As alternativas criadas são variadas, como optar pelo home office, mudar planos de internet e telefonia, economizar nas contas de luz e de água, negociar com os fornecedores e abrir uma conta digital PJ.
Vantagens da conta digital PJ
A possibilidade de acesso aos serviços bancários de forma menos burocrática e sem a cobrança de tarifas tem atraído, cada vez mais, o interesse dos empreendedores pela conta digital para pessoa jurídica (PJ).
Nos bancos tradicionais, os custos de uma conta comum, mesmo com pequena e rotineira movimentação, pode chegar a R$ 500 reais por mês, um total de R$ 6 mil por ano.
Além de economizar com tarifas, a conta digital PJ permite separar o dinheiro do empreendedor e o do negócio, o que auxilia na organização financeira.
A abertura e a movimentação são feitas de forma simples, pela internet, por meio de aplicativo para celular.
Esse tipo de conta oferece cartão de crédito, muitas vezes sem anuidade, e opções de investimento, seguro, consórcio e empréstimo. Há diferentes opções disponíveis no mercado e a recomendação é pesquisar sobre cada uma delas antes de escolher.
Diferenças entre MEI, micro e pequena empresa
De acordo com a Altus, escritório de contabilidade em Vitória, os pequenos negócios são divididos em três categorias. A primeira delas é o microempreendedor individual (MEI), figura jurídica criada pela Lei Complementar nº 128/2008 para facilitar a formalização de trabalhadores que antes eram considerados informais.
Desde que entrou em vigor, em julho de 2009, a adesão tem sido crescente.
A maior parte dos negócios ativos no país se enquadram nessa classificação, direcionada aos empreendedores que atuam em diferentes áreas, possuem até um funcionário e faturam até R$ 81 mil por ano.
A segunda categoria é a das microempresas. Nos setores de comércio e serviços, são aquelas que empregam até nove pessoas. Na indústria, têm até 19 funcionários. Independente da atividade, o faturamento anual deve ser de até R$ 360 mil.
Já as pequenas empresas podem faturar até R$ 4,8 milhões por ano e empregar entre 10 e 49 pessoas, quando exercem atividade de comércio ou serviços, e entre 20 e 99, quando integram o setor industrial.